Após a recente crise existencial da Barbie retratada no novo filme (que adorei como ex-cineclubista), me vi atraída pela mudança marcante na postura da marca Mattel em direção a um mundo mais sustentável e inclusivo. O filme satiriza audaciosamente o papel histórico da Barbie em promover padrões de beleza irreais (que não me ajudou nenhum um pouco ) e caracteriza o conselho de administração da Mattel como um grupo de homens brancos e pálidos (corajoso ) z Durante o filme , achava que estava vendo um “Desculpe, erramos” meio caro e pirotécnico, mas parecia isso.
Após a crítica da Greenpeace em 2011, a Mattel cortou laços com a Asia Pulp & Paper (APP), um fornecedor relevante envolvido em questões ambientais.
Um exame detalhado do caminho da Mattel mostra várias tentativas de alinhar a Barbie com as tendências sociais e responder ao que diziam os “surveys” em ativistas. Em 2016, eles ajustaram as proporções do corpo e os tons de pele da Barbie em resposta às críticas sociais. Eles revelaram coleções “ecologicamente corretas” como “Barbie ama o Oceano” feita de plástico reciclado do oceano ou “O futuro do rosa é verde”.
Isso levanta a questão, o que provocou essa mudança?
A própria declaração do site da Mattel desfaz minha dúvida e admite a ironia: o filme foi feito para ampliar o alcance da marca no público adulto. Ponto. E o statement complementa , surpreso aparentemente , que, “ironicamente” (em suas próprias palavras) o filme acabou jogando a Barbie no centro das discussões sobre feminismo e padrões de beleza”. Uma verdadeira – e acidental – Malala em pink . (Deveria ter chamado esse texto de Malala em pink!!!)
Embora o movimento da Mattel , da Barbie Malala seja legítimo para explorar oportunidades (o caminho ESG é repleto de oportunidades de negócios), nós como executivos e executivas que lideram nossas empresas nesta jornada, temos o dever de nos fazer perguntas profundas e desafiadoras. Acabou o tempo do “deixa pra ver como é que fica” (ao menos pra mim)
Somos nós os arquitetos da agenda ESG, explorando inovações e vigilando por consistência (falar-fazer) ou somos meramente seus seguidores blasés , esperando ela próxima onda? Como o Ken, perdoaríamos a Barbie por seus erros passados? Seríamos perdoados pelos nossos se o fizemos? Teríamos a hombridade (womenbridade ) de pedir desculpas?
Perguntas mais específicas , comparando pares, trazendo metricas, ajudam a jogar luz e diferenciar e pressionar por compromissos firmes. Por exemplo, porque que a Mattel, como a LEGO, não se inscreveu em iniciativas com Metas baseadas em Ciência? Com 30% de mulheres no nível de VP+, por que os compromissos futuros da Mattel em relação à inclusão de gênero (e étnica) não são mais detalhados e ambiciosos (além do simples “precisamos melhorar”)?
Nossos clientes conseguem identificar contradições e a nossa verdade? Estamos realmente alterando nossos valores internos, ou apenas reagindo a pressões externas? O corpo da nossa Barbie é oco ou agora contém um útero, um coração e uma alma? São pés arcados ou chatos? E a sua empresa? Tem nessa jornada, uma alma, um coração e pés chatos?
Pergunto porque se alguém acha que ESG é marketing vazio , não está fazendo ainda estas perguntas mais duras, não olhou pra sua cadeia de suprimento e fez as mesmas perguntas, não viu que seu mercado comprador está olhando para “seus pés” atentamente , pode ter certeza que nao vai encontrar mercado nem mais no “mundo da fantasia”. Nem a Barbilândia vai te dar passaporte . E se sua Barbie for para exportação… aí então… Vai ter que se contentar com a Susilândia e olhe lá…
#Barbie #ESG
(Nota à parte) Fique de olho nos comentários onde compartilharei uma obra de arte provocativa de 2017 – uma escultura de Barbie crucificada criada por meu filho artista, Rafael Paes. Parece que a Barbie foi resgatada justamente a tempo. Fique ligado!
O post Cansado da ou Fascinado pela Barbie? Entenda (de verdade) o que está por trás dessa avalanche pink apareceu primeiro em Papo de boteco.
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