Um crime chocante, um vídeo correndo o Twitter, e muita gente escrevendo "textão": assim as redes sociais se indignaram e manifestaram sua indignação sobre o estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, cujas investigações ainda estão em curso (e que ninguém sabe como vão parar).
Destes, dois tipos se destacam, e se nivelam na mediocridade: as feministas e simpatizantes, que denunciam a "cultura do estupro" e seus efeitos nefastos na sociedade do século XXI; e a turma dos "direitos humanos para humanos direitos", com suas propostas indecentes para uma sociedade evoluída - mas que encontram eco nas famosas quebradas da vida.
Pediram a este escriba para dizer sua opinião sobre o assunto. Quer dizer, não pediram, mas como o Facebook está tão cheio de gente querendo bater em você - e não havia tempo hábil para escrever uma resposta que prestasse - decidi usar o blog para falar das duas "correntes de pensamento".
E, para variar, desancar ambas, já que ninguém se lembrou do motivo principal pelo qual nada disso funciona: ninguém dá realmente valor a quem "presta" na sociedade.
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Comecemos pelos exaltados "à direita", os que sugerem o método bolsonariano de resolver conflitos (castração química e pena de morte). Sem entrar no mérito de ter que mudar a Constituição para transformar nosso país na barbárie autorizada pelo Estado, o fato é que tal método ... não funciona.
Os EUA, paradigma dos amantes da pancadaria pura, são de longe o país mais inseguro dentre os desenvolvidos. Inseguro, e injusto, pois já há muito que se sabe que é mais fácil encontrar negros em uma cadeia que numa faculdade - sem falar nas pesquisas que comprovam que é a certeza de punição, e não a extensão da pena, que mantém a sociedade em ordem.
Penas desse tipo só nos desumanizam, e não reduzirão a quantidade de pedaços de excremento fétido que cometem esse tipo de crime. Não precisamos disso, os bandidos já sabem tratar os estupradores com a crueldade que eles merecem - vandalizando-os até dizer chega.
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Por outro lado ... quem foi que disse que podemos jogar na mesma vala comum gente que não presta, por definição, e pessoas honradas, como os pais, amigos e namorados de mulheres (e homens sem nenhum amor próprio) que bradam pela existência de uma "cultura de opressão contra a mulher", da qual o estupro é o principal símbolo?
O cristianismo, base daquilo que muitos chamam sociedade patriarcal (e que de "patriarcal" não tem nada, pois a mulher é o centro da casa cristã) exige dos homens que amem suas mulheres "como Cristo amou a Igreja". Aparentemente, é fácil - mas, entendam, CRISTO DEU A SUA VIDA PELA IGREJA, logo o homem deve dar a sua vida pela família que tem - e pela mulher com quem aceitou se casar e constituir família.
Muitos homens esquecem essa missão, que aceitaram quando se tornaram cristãos (católicos ou protestantes), e confundem ser o "cabeça da família cristã" com ser chefe e mandatário de toda a casa. Acham que tem poder sobre tudo e todos, e que devem ser obedecidos "à risca".
Nesse contexto, sexo pode até ser confundido com poder - mas a maioria, contudo, não pensava nisso no passado. Tratava-se, na verdade, de mais uma "obrigação", de ambos os lados, em um tempo no qual mulheres queriam "se livrar daquela coisa suja", que era o sexo.
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Lamentavelmente nossa sociedade deturpou o conceito original do casamento e de todas as instituições cristãs - para o bem, ou para o mal. Um dos grandes erros que se fez, contudo, foi nos relacionamentos: a vida "fora de casa" passou a ser muito mais importante que a vida "dentro de casa", e o relacionamento familiar perdeu força.
Sexo passou a ser permitido fora do casamento, e considerado sadio, desde que com consentimento.
Mas, aí ... a liberdade conduziu à banalidade, do sexo e da vida em comum.
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Nossa sociedade não é patriarcal há tempos, mas não colocou nada no lugar: pessoas "ficam" por uma noite, tem filhos de relacionamentos frugais, e acham isso normal.
Querem ser independentes da boca para fora: bradam por novos valores, mas no fundo se destroem pela falta de alguém de verdade, que os compreenda e os ame.
Exigem respeito, igualdade e o fim de uma "cultura de opressão", mas não dão valor a pessoas que poderiam realmente valorizá-las, ampará-las e amá-las de verdade.
Não querem ter uma vida em comum. Não querem viver "na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença, enquanto Deus com vida os conservar".
Procuram a felicidade sozinhos, procurando eternamente novas experiências, vivendo para o trabalho e para prazeres frugais - mas não querem compromisso com ninguém.
Porque são covardes o suficiente para encontrar alguém e se estabelecer de verdade.
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Esse texto começou por um caminho, e enveredou por várias coisas que me vieram à cabeça. Particularmente, acho que há muito homem que não pensou no óbvio: se existisse uma "cultura do estupro", então os 33 tarados seriam vítimas do sistema, e não culpados pelo crime.
Chamo-os de "dementes", porque a minha vontade é chamá-los de "escória". Só são seres humanos porque não podemos retirá-los de nossa espécie - e por isso, mas SÓ POR ISSO, merecem direitos.
Contudo não posso deixar de dizer que uma cultura que demoniza relações, que torna tudo em "opressão" e dialética falsa não pode ser chamada de o melhor caminho.
Porque a individualidade tosca, essa, ah... é tão terrível para o ser humano quanto o desprezo por outro gênero, por outro indivíduo, qualquer que seja o motivo.
Qualquer que seja ele.