A música “Mais perto do que nunca” fala do encontro de Moisés com o Senhor, segundo registrado em Êxodo 33. Neste relato, Moisés pede para que o Senhor mostre a sua glória (v.18). Em resposta, Deus diz que ninguém pode ver a sua face e continuar vivo. Por misericórdia de Moisés, Deus então o coloca na fenda da rocha, protegido, para ver a sua glória passar.
Agora, uma pergunta que surge na leitura desse texto é: por que Moisés queria ver a glória do Senhor? E faço questão de trazer esta pergunta para nossa reflexão, uma vez que esta é a motivação central por trás da mensagem da música. Afinal, se Deus afirma que ninguém pode ver a sua face e viver, quem somos nós para desejar tanto?
De acordo com alguns comentaristas bíblicos, a motivação de Moisés era a necessidade por refrigério para continuar no seu serviço como profeta e líder do povo de Israel. E nisso, ele experimenta da misericórdia de Deus que lhe permite presenciar a sua glória sem morrer.
Tendo esse pano de fundo em mente, vamos à letra da música:
A Ti pertence a Terra e tudo o que nela há
Os meus passos Tu conheces o meu deitar e o levantar
Eu já toquei as Tuas mãos, eu já beijei os Teus pés
Mas ao ouvir Tua voz, meu coração queima por mais
As primeiras linhas da música afirmam a soberania de Deus sobre toda a criação junto com a sua onisciência. Já a terceira linha é algo que certamente incomodará alguns. Essa linguagem mais sensorial e física é algo que vemos mais figuradamente na Bíblia. Por exemplo, Salmo 2:12 diz “Beijem o filho para que não se irrite…”. A ideia aqui é mostrar uma relação de intimidade com Deus. Na última linha da estrofe, temos a expressão do desejo por mais de Deus.
Esconda-me na fenda da Rocha
Onde eu possa Te ver passar
Encontra-me nesse lugar seguro
Onde eu possa Te ver passar
Nas linhas acima, temos uma referência mais explícita ao relato bíblico. A partir daqui, a música vai usar mais e mais a linguagem e imagem do texto bíblico. Tal qual Moisés, o pedido é para que sejamos protegidos, escondidos na fenda da rocha para poder ver a glória de Deus.
Escondido, protegido, deparados pela rocha, mais perto do que nunca
Pela fenda eu Te vejo, eu e Você, mais perto do que nunca
A mensagem da música é basicamente a expressão de um desejo genuíno por uma maior intimidade com Deus, um anseio pela sua presença sentida de forma física, extraordinária.
Apesar da linguagem talvez ser incômoda para alguns, a mensagem não deixa de ser bíblica. Não é uma música que segue o texto base à risca, mas trabalha a partir dele, numa aplicação que mesmo sem se ater ao texto, não o fere em momento algum.
Vale comentar a referência a Deus como “Você”, que para muitos é inaceitável. Como já mencionamos em outras análises, o termo em si mesmo não é errado propriamente dito. Se for algo que incomoda, basta evitar a canção. De igual maneira, a música segue toda a estética worship, com várias repetições e toda a sonoridade instrumental característica do estilo. E novamente, não há problema algum nisso.
Em resumo, a música “Mais perto do que nunca” utiliza elementos mais comuns ao meio carismático, que enfatiza o lado sensorial de presença de Deus, algo que pode ser sentido, tocado e experimentado de forma viva. Todos esses elementos são secundários e diferente de outras músicas, essa não fere princípios bíblicos. Mas levantamos esses pontos porque sabemos que há quem não se sentirá à vontade de cantar a música na sua igreja – e essa é uma avaliação que deve ser feita dentro de cada contexto individualmente.
Da nossa parte, não há motivo para não recomendar esta música, uma vez que ela parte do texto bíblico e expressa um desejo muito simples pela presença de Deus, do refrigério, alegria e paz que encontramos somente nEle.
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