Quando analisamos uma música cujo título faz referência a um texto bíblico, a primeira coisa que devemos fazer é abrir a Bíblia no texto citado e comparar a letra com a Escritura Sagrada. No caso da música analisada hoje, “Isaías 9” de Rodolfo Abrantes, estamos tratando de uma profecia do Antigo Testamento a respeito da vinda de Jesus Cristo.
O capítulo 9 do livro de Isaías pode ser dividido em duas partes menores: dos versículos 1 até o 7 e do versículo 8 até o final. No caso dessa música, o foco é no primeiro trecho.
Vamos à letra.
Um menino nasceu, como um filho se nos deu
Ele é o próprio Deus e vive em mim
Debaixo de suas asas eu me escondi
A primeira linha é praticamente uma citação direta de Isaías 9:6. E em seguida, o autor faz duas afirmações que fogem do texto de Isaías, mas que não deixam de ser bíblicas. Jesus, o Filho, era o próprio Deus, como Ele mesmo diz em João 14:9. A imagem do refúgio que temos “sob as asas” de Deus espelha Salmo 91:4.
E o Seu nome é maravilhoso
Glória ao Príncipe da paz
No coro seguinte, voltamos para a segunda parte do versículo 6 de Isaías 9, onde o profeta lista alguns títulos de Jesus. Novamente, está completamente alinhado com o texto bíblico.
O céu começa a se abrir, toda a terra se dobrou a ti
Cristo, rei dos reis veio nos buscar
Leva-nos em Tuas mãos pelas portas da cidade
Na nova Jerusalém tua noiva vai entrar
No refrão a música toma uma outra direção, não mais apontando para o texto de Isaías, mas trazendo uma aplicação do significado da vinda de Cristo. Ele veio não somente para cumprir as profecias do Antigo Testamento, mas também para começar a obra que terá seu fim na sua segunda vinda, quando Ele de fato vier nos buscar e nos levar para a Cidade Santa, a nova Jerusalém descrita em Apocalipse 21:2. O texto de Apocalipse, inclusive, cita também a imagem da noiva preparada a o seu marido.
Tendo, então, feito nosso exame da letra, vemos que a música não é exatamente fiel ao texto de Isaías 9. Mas isso constitui um problema? De maneira alguma! No máximo, talvez o título não seja o melhor, mas isso é mero detalhe.
O que acho muito interessante dessa música é que ela começa com um anúncio da vinda de Cristo, do começo da sua obra terrena, e aponta para a conclusão da obra. Numa letra concisa, o autor é capaz de celebrar a promessa do Antigo Testamento e apontar para a promessa da conclusão gloriosa dessa obra, o plano da salvação. Ele lembra a profecia messiânica, que já foi cumprida na primeira vinda, e anuncia a sua volta, quando finalmente seremos recebidos por Ele até a nova Jerusalém. É a profecia do Antigo Testamento junto com a profecia do que acontecerá conforme descrito no final do Novo Testamento.
Falando agora da música em si, para além da letra, existem algumas gravações diferentes. A mais conhecida talvez seja a versão ao vivo, gravado no evento Fornalha Dunamis em 2015. Nessa gravação, a música está um tanto lenta e com uma pegada bem de rock grunge, que é o estilo do Rodolfo Abrantes, que antes de se converter foi vocalista da banda de rock Os Raimundos. Pensando no contexto de um culto, essa talvez não seja a melhor versão para se ter como referência musical. Há uma outra gravação disponível no Youtube gravada pelo movimento Brave que creio ser muito mais adequada para o contexto da maioria das igrejas. Você encontra essa gravação tocando aqui.
Concluindo, a música “Isaías 9” é, sem dúvida alguma, bíblica e sua mensagem é belíssima e essencial para a igreja. Como já citamos em outras análises, numa época em que tantas das nossas músicas e pregações foram tomadas por uma mensagem de auto-ajuda, cantar sobre temas bíblicos como a segunda vinda é cada vez mais raro. Certamente é uma música recomendada para o culto.
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