Poesia

 

meio-exílio ii

 

do exílio, longe de todos,

solitário, quieto, pensativo,

teria tudo para estar triste.

 

mas, ainda assim,

me sinto bem.

 

afinal,

não sou filho de lagartixa,

que ao rés do chão anda.

 

meu habitat é o ar,

no qual pássaros me chamam

para com eles estar;

 

a terra inóspita,

o fundo do mar bravio,

a lama, o asfalto,

 

e todo lugar onde o desafio me aguarde.

 

porque não há onde ficar isolado,

mesmo nesse exílio.

 

e não se isola quem quieto pensa,

e age, e responde, e vence.

 

e sorri.

 

do exílio, longe de todos,

estou feliz comigo mesmo.

 

fps, 07/06/2011

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