Uma antiga poesia, revisitada …

 

meia-noite

 

Meia-noite.

 

Na grande cidade

alguns dormem cedo.

 

Outros, em segredo,

procuram os cantos,

procuram encantos,

procuram o medo.

 

Outros, sem recanto,

procuram alento.

 

Outros, sem receio,

procuram perigo,

procuram abrigo,

procuram a luz,

carregam sua cruz,

alma que seduz.

 

Que mata …


Jesus!

 

 

 

Outros, na berlinda,

em procura infinda,

acham nos seus meios,

nos grossos desejos,

querem diversão,

escondem tensão,

procuram tesão.

 

E têm solidão.

 

Uma parte dorme,

a outra acorda,

em tempos se forma,

em termos recorda,

de doce recado,

de um bom-bocado.

 

Gosto de pecado…

 

 

E procura aquilo

que em termos é findo.

 

Procura um alento,

que já é bem-vindo.

 

Procura calor,

não acha o amor.

 

Procura, procura,

um jeito, uma cura.

 

 

Procura ...

 

 

 

 

Meia-noite.

 

Na grande cidade

procura-se tudo.

 

E não se acha nada.

 

 

fps, 03/09/2011

(revisitando antiga poesia)

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